18/05/2010

Japão adia lançamento de iate espacial

Japão adia lançamento de iate espacial

Em função do mau tempo, o Japão adiou, no final da tarde de ontem, o lançamento de um foguete carregando uma sonda experimental em forma de pipa. Ela é movida por radiação solar, tecnologia que permite viajar sem combustível.

Até o fechamento desta edição, o foguete permanecia parado no Centro Espacial de Tanegashima, ilha no sul do país.

O objetivo é que ele, após partir, chegue a Vênus em seis meses. Depois, vai seguir para regiões próximas ao Sol, até perder contato com a base de controle na Terra.

O desenvolvimento de Ikaros (sigla em inglês para "veículo em forma de pipa interplanetário acelerado por radiação do Sol") custou US$ 16 milhões (quase R$ 30 milhões).

Ícaro, na mitologia grega, tentou voar até o sol com asas de cera, mas elas derreteram, ele caiu no mar e morreu -algo que a Agência de Exploração Espacial Japonesa (Jaxa) espera que não aconteça.

Antes do lançamento de ontem, ele foi testado várias vezes na órbita da Terra pela Jaxa. A sua membrana, repleta de células fotovoltaicas, que geram eletricidade, mostrou-se eficiente. Ela tem a textura mais fina que um fio de cabelo.

Tecnologia

Os cientistas conseguem controlar a direção de Ikaros mudando o ângulo com que as partículas de luz solar batem nos milhares de pequenos espelhos sobre as suas velas.

Essas velas têm 14 metros nas extremidades (veja à direita). Elas só se abrirão quando Ikaros já estiver há algumas semanas viajando pelo espaço, em direção a Vênus.

Se ficar provado que longas viagens sem combustível são possíveis, essa tecnologia pode ser utilizada um dia para permitir a realização de grandes viagens tripuladas para lugares distantes, pelo Sistema Solar. A nave produziria energia de maneira autossuficiente.

Junto com Ikaros, será lançada a sonda Akatsuki ("aurora", em japonês), que pousará em Vênus -ela, porém, não é movida a radiação solar.

Lá, vai se juntar à missão Venus Express, da Agência Espacial Europeia, que chegou ao planeta em abril de 2006.

Planeta-irmão

Vênus desperta o interesse dos pesquisadores porque acredita-se que tenha nascido de maneira parecida com a Terra, além de ser um planeta com tamanho e massa similares.

Ikaros e Akatsuki podem ajudar a entender como, apesar disso, Vênus se tornou um planeta com uma atmosfera muito densa, com nuvens de ácido sulfúrico e grandes quantidades de gás carbônico.

Fonte:Folha OnlineCom agências internacionais-Ilustração: Voar News

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